sábado, 16 de abril de 2011

breu

Fecho os olhos e busco o breu                                                                                                   tilo
A escuridão me acalanta,me acalma ,me traz paz
Porque se em parte sou afoito e me assanho
Noutra parte melancoliso o eterno sonho que é viver
Abro os olhos e me desprendo como se tivesse nascendo... A claridade me amedronta, me apavora, me espanta
Pois, se de um lado de mim brilha a luz do sol nascente
Do outro lado traz nos olhos o vermelho de um incessante crepúsculo
Solto a fala em sussurros... Não há forças para cantar
Falo assim de mim pra mim porque metade de mim guardei segredo e outra metade nunca existiu
Agora canto um desafino como fazem os meninos
Na cantiga, amo alguém e chego a ter saudade
Me emociono porque um pouco de mim tem paixão
O outro pouco guarda ainda o semblante de menino
De repente faz-se pranto
Conter até que tento, mas sou impotente para fazê-lo
Rolando sobre a face vai-se escorrendo minha emoção
Por que se há em mim uma porção árida, infrutífera
Outra porção teima na insistência de sugar ,a qualquer custo um meio de florescer
Calo a voz e estanco o pranto num esforço, num repente
É preciso dar conta
É necessário que se consiga
Porque se por um tempo não for nada mais que um simples vulto
Noutro tempo serei tudo
Uma imagem querida e esperada por ser a razão de viver de alguém...

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